O gamer que se compromete a montar um PC sempre se depara com diversos desafios, sejam eles a baixa oferta das GPUs e CPUs, como aconteceu durante grande parte da pandemia, ou o aumento do dólar, que provoca um poder de compra ainda menor do que o habitual. Desde 2020, a indústria dos desktops sofreu bastante com falta de componentes, além do impacto direto que o COVID-19 causou em todos os tipos de negócio (assunto que voce pode entender melhor aqui: https://www.spiceworks.com/tech/hardware/articles/supply-chain-impacting-pc-vendors/), e com isso, estamos vendo que nunca foi tao caro montar um PC – tanto para trabalho, quanto para games.
Muitos gamers, se deparando com a dificuldade que o mercado apresentou recentemente, migraram para os consoles. Apesar de todo o conforto que um sistema como o Playstation 5 traz, os computadores sempre se provaram uma plataforma para games mais versátil, possibilitando uma customização completa do sistema, além de uma longevidade maior, e o renovamento de peças ser consideravelmente mais barato que consoles de uma futura geração. Por muitos anos, “Pc master race” foi inegavelmente a frase que ditava o mercado de sistemas para jogos, fato que mudou apenas no começo dessa década.
Apesar de tudo, é possível ver uma luz no fim do túnel, uma vez que desde o começo do ano os preços de peças de hardware vêm baixando, e o mercado das builds aparenta estar bem mais estável do que nos últimos anos. Com isso, nós, da Overclock, gostaríamos de ajudar vocês que possuem o sonho de montar um desktop e não possuem muita experiência no assunto, explicando como o desktop funciona, e listando o que você deve procurar em cada componente de um computador, inclusive indicando sites que podem ajudá-lo nessa busca.
Os componentes e suas funções:
Primeiramente, uma pessoa que pretende montar um PC deveria saber, em tese, o que cada parte do seu sistema faz. Além de poder prever qual será o desempenho do seu computador, conhecer bem as peças auxilia bastante na hora dos upgrades do seu PC, além do troubleshooting (reparar os diversos problemas) após o uso contínuo da máquina.
1) A placa de vídeo (GPU)
Uma placa de vídeo, diferentemente do que muitos pensam, não é uma peça necessária na montagem de um PC comum. Ela tem a função de acelerar o processo de renderização de gráficos 3D, convertendo dados da GPU para o seu monitor. Hoje em dia, uma GPU é o coração de um PC para games, além de ser muito utilizada em produção criativa e para estudos em computação (machine learning, deep learning, HDU).
Ao escolher uma GPU, é importante ter em mente a finalidade do seu PC gamer, uma vez que títulos mais antigos (e ainda muito jogados), como League of Legends e CS:GO, não exigem uma placa de vídeo super cara e moderna. Em geral, a “lei dos grandes números” se aplica bastante na compra de uma placa, uma vez que as melhores placas sempre estarão nas linhas e modelos mais novos. Uma GTX 3080, por exemplo, irá performar melhor do que um modelo 3070, e ainda melhor do que uma 2070.
Os principais pontos a se considerar são a quantidade de memória gráfica disponível e a capacidade de refrigeração da própria placa. Lembrando que jogos mais antigos exigirão menos memória de vídeo (4 ou 3 GB) para rodar tranquilamente em resoluções mais baixas; já títulos mais novos, ou que possibilitam a resolução 2K e 4K, exigem cada vez mais memória gráfica. Caso você fique em dúvida entre duas ou mais placas, é fácil achar vídeos comparativos no Youtube sobre o desempenho de placas individuais.
2) O processador (CPU)
Aliado com a GPU, os processadores são os principais componentes que ditam como os jogos irão rodar no seu computador, exigindo uma extrema atenção na hora da escolha, e muitas vezes uma grande parte do seu orçamento. O processador, na verdade, é um pequeno circuito elétrico que orquestra todas as ações do computador, vide sua importância para qualquer build, seja a trabalho ou para jogos.
Os dois principais aspectos a serem considerados numa CPU são as quantidades de cores (núcleos), que indicam a capacidade do seu processador de separar as diversas atividades que ele exerce ao mesmo tempo. Em geral, quanto mais cores melhor, além da Clock Speed (medida em Hertz, ou Hz) que determina a velocidade que seu CPU executa as suas funções.
Na maioria dos casos, a lei dos grandes números se aplica, também, na escolha da CPU, porém, as diferentes gerações de fabricação muitas vezes determinam se o processador segura o tranco com títulos mais recentes, além de rendering de vídeos, programação e outras atividades que exigem uma máquina mais robusta. Um site que auxilia bastante na hora de escolher um processador é o https://www.cpubenchmark.net/cpu_list.php, que conta com testes de mais de 1000 modelos de processadores, comparando o resultado com os outros CPUs.
3) Memória
A memória, como o próprio nome diz, é o lugar onde toda informação do seu PC é salva, e o único argumento que a torna uma melhor que a outra é a capacidade de armazenamento (medida em GB). A grande discussão em relação às memórias, na verdade, se dá pela escolha entre os dois modelos mais famosos: HD ou SSD.
Apesar de muito vantajoso pela sua velocidade, o SSD (Solid-state drive), é uma tecnologia mais recente e muito mais cara que o seu rival, que geralmente apresenta muito mais capacidade de armazenamento por menor preço. A discussão gira em torno da finalidade do computador, uma vez que é muito mais vantajoso ter um SSD em qualquer aspecto, uma que aumenta a velocidade de inicialização, processamento e até ajuda no desempenho de jogos. O único lado negativo é o preço, e caso tenha-se a necessidade de armazenar uma grande quantidade de arquivos como fotos e PDFs sem muito custo, o HD é recomendado.
4) Memória RAM (Random Access Memory)
Como o último componente citado nesse texto, a memória RAM, como diz o nome, também serve como um local de armazenamento de informação. Diferentemente do HD e SSD, ela armazena de forma temporária, servindo apenas como “ponte” de acesso entre o processador e os programas. Diferentemente de outras peças, geralmente compra-se 2 ou mais memórias, uma vez que os modelos mais comumente comercializados possuem apenas alguns gigas de armazenamento (2 ou 4 GB), e PCs de alta performance geralmente exigem 16 ou mais GB de RAM.
Além da capacidade de armazenamento, a velocidade dos pentes de memória tem extrema importância na performance da peça. Medida em MHz (Megahertz), pentes com maior frequência possuem maior capacidade de assimilação e leitura de dados, e as diferenças entre 2400MHz e 3000Mhz de um pente de mesma memória podem ser enormes. Em geral, é importante determinar quanta RAM o seu PC vai precisar, para depois basear sua compra na velocidade dos pentes.
Os checks necessários
Ao montar um PC, é importante também checar a compatibilidade das suas peças entre si, uma vez que algumas partes são escolhidas puramente por esse motivo, como por exemplo a placa-mãe, geralmente escolhida junto com a sua CPU e memória RAM justamente por uma ser compatível com a outras.
Além das siglas das entradas (como DDR4 para RAMs), existem diversos sites que auxiliam o comprador na hora de determinar se as suas peças funcionam juntas ou não. Com nossa recomendação, https://pcpartpicker.com é um ótimo exemplo, e para quem mora fora, já vem com ferramentas embutidas que procuram pela internet o melhor preço disponível para as peças selecionadas.
Apesar de não ser um processo complicado, montar um PC exige que o comprador faça diversas escolhas importantes, e por isso recomendamos que você, depois de ler esse texto, continue a procurar mais sobre as diferentes peças e modelos de hardware, a fim de montar a máquina ideal para você. Uma dica importante é que estudo é nunca demais, e existem diversos canais no Youtube e sites especializados em hardware e periféricos. Listamos aqui alguns que o editor recomenda, e boa montagem!
https://www.youtube.com/c/LinusTechTips
https://www.youtube.com/c/mkbhd
