Por José Henrique Bomfim, Ph.D.*
Performance Drink x Energético: qual a diferença?
O mercado de bebidas prontas, que prometem fornecer energia e disposição, cresceu de forma exponencial nos últimos anos. O volume de marcas diferentes, sabores e tipos de bebidas, abriu espaço para novas "versões" destes produtos. Hoje, temos produtos que prometem melhorar o desempenho físico e mental, eliminar a fadiga e até mesmo melhorar a qualidade do sono.
Mas você sabe qual a diferença entre uma performance drink e um energy drink (energético)?
Então fica com a gente que a Overclock vai contar tudo que você precisa saber.
Só para adiantar, vamos passar pelos seguintes tópicos:
- O QUE SÃO ENERGÉTICOS?
- O QUE SÃO PERFORMANCE DRINKS?
- QUAL A DIFERENÇA EM TERMOS DE EFEITO ENTRE AS BEBIDAS ENERGÉTICAS E OS PERFORMANCE DRINKS
- CONCLUSÃO
O QUE SÃO ENERGÉTICOS?
Você sabe o que são energéticos? Quais suas funções? E de onde ele surgiu?
Antes de mais nada devemos entender que, no Brasil, existe legislação bem específica que define as normas de composição das bebidas prontas para consumo, como energéticos e demais produtos.
As bebidas energéticas são classificadas como "compostos líquidos pronto para consumo" e se enquadram na RESOLUÇÃO (RDC) Nº 273, DE DE SETEMBRO DE 2005 da ANVISA. De acordo com a RDC, as bebidas energéticas, ou compostos líquidos prontos para consumo são definidos como "produto que contém como ingrediente(s) principal(is): inositol ou glucoronolactona e ou taurina e ou cafeína, podendo ser adicionado de vitaminas e ou minerais".
Portanto, os chamados "energéticos", na verdade nem podem utilizar esta terminologia, porque de acordo com a RDC, "Não são permitidas expressões tais como “energético”, “estimulante”, “potencializador”, “melhora de desempenho”.
Basicamente, a energia fornecida por estas bebidas é resultado da quantidade de açúcar adicionado. Nestes produtos, podemos ter sacarose (açúcar comum) ou maltodextrina (um tipo de açúcar que costuma elevar o sabor dos produtos). Para se ter uma ideia, uma lata de 250ml de uma famosa bebida energética possui 112,5 kcal, com 27,5 gramas de açúcar (Overclock 2.0 tem 16 kcal, com 4 gramas de açúcares, quase 10 vezes menos).
E no caso das bebidas energéticas "zero açúcar"? Estas não poderiam ser consideradas energéticas, pois em nosso organismo, os açúcares são a base do fornecimento e formação da energia principal e, sem a presença deles, proteínas e gorduras podem fazer este papel. Nestas bebidas, não são adicionadas proteínas nem gorduras, não existindo fonte de energia para o organismo no produto.
Nestas bebidas, temos como base cafeína e taurina, além de algumas vitaminas do complexo B, focando mesmo seus objetivos para a geração de energia somente (a quantidade de cafeína costuma não ser elevada em cada porção da bebida).
O QUE SÃO PERFORMANCE DRINK?
E as chamadas performance drinks? O que são?
Já as chamadas performance drinks, podem ser pós para diluição ou mesmo bebidas prontas e se enquadram na categoria de "suplementos alimentares", portanto, muito mais completos em suas formulações e que podem utilizar compostos que aumentam o desempenho.
Como existe diferença de legislação (as performance drinks podem ser classificadas como suplementos alimentares e seguem a RDC 243/2018 da ANVISA), as performances drinks possuem objetivo diferente das bebidas energéticas. Neste caso, a adição de compostos bioativos e nutrientes é permitida seguindo as normas da ANVISA para suplementos alimentares.
QUAL A DIFERENÇA EM TERMOS DE EFEITO ENTRE AS BEBIDAS ENERGÉTICAS E OS PERFORMANCE DRINKS?
O objetivo de se consumir um ou outro produto é basicamente diferente. A proposta das bebidas energéticas é somente fornecer energia, ou seja, fornecer calorias para o corpo manter-se funcionando. Porém, este consumo pode ser danoso.
O consumo de bebidas energéticas acabou se tornando um problema de saúde pública nas últimas décadas. Apesar das alegações de serem seguros e benéficos, os estudos mostram que as bebidas têm sido associadas a desfechos particularmente fatais no sistema cardiovascular, que incluem arritmias atriais e ventriculares, infartos do miocárdio, cardiomiopatias e morte súbita cardíaca.
Ao ingerir quase 30 gramas de açúcar, você terá um pico de glicemia imediato, trazendo certa sensação de estímulo, que passa rapidamente e, muitas vezes, esta é a raiz do problema. As pessoas acabam fazendo uso de diversas latas no decorrer do dia (ou noite), promovendo um efeito conhecido como hiperglicemia.
Este efeito, através do tempo, pode promover risco maior de doenças cardiovasculares, obesidade, hipertensão arterial, doença hepática gordurosa e distúrbios hormonais. A dependência de açúcar ainda é uma questão controversa, mas sabemos que os excessos levam ao colapso de sistemas importantes para nossa sobrevivência.
Um artigo de revisão de 2021 avaliou os riscos de bebidas energéticas para a saúde. Um total de 32 estudos e 96.549 indivíduos foram avaliados. As principais consequências relatadas foram insônia, estresse e humor depressivo, além de nervosismo/agitação/tremor nas mãos e distúrbios gastrointestinais.
Como é muito comum a associação dessas bebidas ao álcool, os autores do artigo relatam que o álcool misturado com bebidas energéticas reduziu significativamente a probabilidade de efeitos sedativos, mas aumentou a probabilidade de efeitos estimulantes.
Dentre os participantes do estudo, praticamente metade utilizava estas bebias como pré treino ou como pré competição em atividades esportivas. Porém, a grande questão é a forma com que estas bebidas são tomadas.
As dosagens de cafeína e taurina por embalagem são normalmente seguras, mas quem consome as bebidas em festas ou eventos, normalmente toma diversas latas e os riscos são proporcionais.
Já as performance drinks tem a proposta de promover aumento do desempenho físico e mental, utilizando compostos neuroprotetores (cafeína, colina, biotina), antioxidantes (polifenois, coenzima Q10, vitaminas A, C e E), neuromoduladores (inositol, taurina e vitaminas do complexo B e neuroestimulantes (cafeína e tirosina).
A performances drinks focam em compostos que, à visão da ciência, possam trazer aumento do rendimento físico, promover efeitos de proteção ao desgaste do organismo e melhorar a capacidade de recuperação do corpo em situações de estresse físico e mental.
As formulações focam nos efeitos individuais de cada componente e na junção dos benefícios da somatória dos efeitos de todos os compostos.
Quanto ao risco, as dosagens de cada composto seguem rigorosamente as recomendações de agências nacionais (ANVISA) e internacionais (FDA e EFSA) de segurança de alimentos e medicamentos. Como as performances drinks são classificadas como suplementos alimentares, sua segurança é garantida pelas normativas de nossa legislação em relação aos compostos e doses.
CONCLUSÃO
Ou seja.... se você realmente busca performance e desempenho no trabalho, estudo, atividade física e games, prefira as performance drinks e Overclock 2.0 é a sua mais completa e melhor opção.
Referências Bibliográficas:
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA. RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 273, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005. “REGULAMENTO TÉCNICO PARA MISTURAS PARA O PREPARO DE ALIMENTOS EALIMENTOS PRONTOS PARA O CONSUMO”. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2005/rdc0273_22_09_2005.html
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 243, DE 26 DE JULHO DE 2018. DISPÕE SOBRE OS REQUISITOS SANITÁRIOS DOS SUPLEMENTOS ALIMENTARES. dISPONÍVEL EM: http://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/3898888/RDC_243_2018_.pdf/0e39ed31-1da2-4456-8f4a-afb7a6340c15
GUNJA N and BROWN J. Energy drinks: health risks and toxicity. Med J Aust . 2012 Jan 16;196(1):46-9
KAUR A et al. Energy drink consumption: a rising public health issue. Rev Cardiovasc Med. 2022 Mar 4;23(3):83
NADEEM I et al. Energy Drinks and Their Adverse Health Effects: A Systematic Review and Meta-analysis. Sports Health. 2021 May-Jun;13(3):265-277
*José Henrique Bomfim é Farmacêutico Bioquímico, mestre em toxicologia, doutor em farmacologia clínica e consultor científico da Overclock
Rodrigo
por isso eu sou team overclock
Megan
Adorei saber disso
Karina
Ótima materia!! Esclarecedora!