Como ter mais performance nos Estudos: um guia Overclock

Em diversos momentos da vida, somos obrigados a estudar durante a maior parte do nosso tempo livre. Por isso, “aprender” a estudar torna-se uma das maiores preocupações, visando uma otimização entre tempo de estudo de qualidade, aprendizado e descanso.

Existem muitas pesquisas e teorias sobre qual é a melhor maneira de encarar uma maratona de estudos, seja para os vestibulares, provas importantes da faculdade, concursos e até mesmo aquelas recuperações apertadas do ensino médio. Baseados nessas pesquisas, foram criados diferentes “métodos de estudo” com as mais diversas cargas horárias, tempos de pausa e metodologias para absorção de conteúdo, todas com a finalidade de auxiliar você na hora de sentar e estudar.

Ao longo da nossa carreira escolar e profissional, a tendência é que cada pessoa encontre o ritmo que a beneficia mais. Depois de todos os anos na escola, faculdade, ou até mesmo no trabalho, o nosso perfil de estudante vai se tornando mais claro, e assim identificamos em que parte do dia somos mais produtivos, o quanto conseguimos manter o foco antes de se dispersas, o intervalo de pausas e até mesmo identificar os dias de burnout - aqueles dias que simplesmente nada entra na cabeça.

A verdade é que, apesar de todo o estudo que existe na área do aprendizado, além dos diferentes artigos que defendem o ponto de vista A ou B, a tentativa e falha sempre vai ser o melhor professor. Caso você ainda não tenha achado uma metodologia boa, vamos listar algumas dicas gerais, além de métodos de estudo embasados por pesquisa. A parte importante é não desistir! Caso uma dica não funcione para você, vá tentando outra após a outra, além dos diferentes métodos, até que você ache algo que seja confortável e eficiente para você.

As dicas gerais

Antes de pular nos livros, existem algumas dicas valiosas que podem te ajudar. 

1) O bem estar: Exercícios físicos regulares aliados com uma boa noite de sono já foram comprovados em ter grande impacto no seu foco e produtividade. Além disso, pessoas que mantêm uma alimentação regrada e um estilo de vida saudável sempre terão mais disposição e performance, seja na área das atividades físicas ou na área dos estudos. Então, certifique-se de que a jogatina de madrugada ou os maus hábitos alimentares não estão te barrando no quesito de produtividade.

2) O Ambiente de estudos: A questão do ambiente de estudos também tem um grande papel na sua capacidade de manter atenção. Estudos indicam que trocar os ambientes de estudos auxiliam nos níveis de concentração e na sua memória, então talvez valha a pena dar uma visita a biblioteca do seu bairro, ou um café na avenida mais próxima. Além disso, uma vez que você encontrar um ambiente bom para os estudos, o cérebro assimila o lugar à produtividade - logo, seus estudos nesse ambiente renderão bons resultados.

3) As distrações: O maior inimigo da qualidade de estudos, muitas vezes, é o toque de celular ou o barulho da TV de fundo. Para auxiliar na sua concentração, é importante que todas as distrações possíveis sejam eliminadas do ambiente de estudo. Achar um lugar calmo e silencioso, além de desligar o celular são aspectos muito importantes para um bom aprendizado.

As metodologias

Agora entramos na parte teórica da coisa. Esses métodos que iremos listar são todos criados por especialistas em aprendizado, visando um melhor aproveitamento do tempo de estudo, além de serem embasados por pesquisa e testes. Como dissemos anteriormente, os métodos quase nunca se aplicam a todos, e cabe a você determinar qual (ou quais) deles se encaixa melhor. Listamos três métodos já bastante difundidos no mundo da educação, e esperamos que algum surta efeito na hora de estudar.

1) SQRRR

O método SQ3R é uma técnica de compreensão basicamente focado em atividades de leitura. SQ3R (ou SQRRR) tem esse nome devido às 5 etapas de aprendizado na leitura (em inglês), e pode auxiliar bastante na hora dos livros-textos pesados de faculdade ou ensino médio. As etapas são:

Search (Pesquisa): ao invés de ler o livro inteiro, comece passando os olhos pelo primeiro capítulo e fazendo anotações em quaisquer títulos, subtítulos, imagens ou quaisquer outros elementos que chamem sua atenção.

Question (Pergunta): Formule perguntas sobre o conteúdo do capítulo, como: Do ​​que trata este capítulo? O que eu já sei sobre esse assunto?

Read (Leitura): Comece a ler o capítulo completo e procure respostas para as perguntas que você formulou.

Recite (recitar ou repetir): Depois de ler uma seção, resuma com suas próprias palavras o que você acabou de ler. Tente relembrar e identificar os pontos principais e responder a quaisquer perguntas da segunda etapa.

Review (revisão): Depois de terminar o capítulo, é importante revisar o material para entendê-lo completamente. Questione-se sobre as perguntas que você criou e releia todas as partes que precisar.

2) Spaced Practice (ou prática espaçada)

A prática espaçada (também conhecida como “prática distribuída”) incentiva o estudo a longo prazo, ao invés de estudar em vésperas ou intervalos curtos de tempo. Quando condicionamos nosso cérebro a esquecer de algo, eles trabalham mais para lembrar essa informação. Espaçar seu estudo permite que você assimile melhor o conteúdo, além de fortalecer sua memória de aprendizado.

Para experimentar esta técnica, revise seu material em intervalos espaçados semelhantes ao cronograma abaixo:

Dia 1: Aprenda o material em aula.

Dia 2: Revisitar e revisar.

Dia 3: Revisitar e rever.

Após uma semana: Revisitar e revisar.

Após duas semanas: Revisitar e revisar.

O lado negativo desse método é que ele exige bastante tempo e organização, porém pode te salvar das matérias mais complicadas.

3) O método Feynman

Idealizada por Richard Feynman, um dos nomes mais prestigiados da história da física e educação, além de um vencedor de Nobel, o método é uma maneira eficiente de aprender um conceito rapidamente, explicando-o em termos claros e simples. É baseado na ideia: “Se você quer entender algo bem, tente explicar de forma simples”. O que isso significa é que, ao tentar explicar um conceito em nossas próprias palavras, é provável que o entendamos muito mais rápido.

Além de melhorar a sua didática geral, desenvolver uma “aula” para o assunto muitas vezes responde às suas próprias dúvidas sobre o tema, além de que os próprios questionamentos do aluno influenciam na retenção - seja na consolidação do aprendizado na hora de tirar tais dúvidas, ou revisitar o assunto quando não se sabe respondê-la.